Comparar o TDAH a uma planta que muda com as estações pode ser útil; assim como algumas plantas se adaptam e transformam ao longo do ano, os sintomas do TDAH também podem evoluir com o tempo. Para algumas pessoas, os sintomas se tornam menos evidentes à medida que desenvolvem estratégias de enfrentamento ou à medida que mudanças biológicas ocorrem com a idade. No entanto, para muitos, o TDAH é uma companhia para a vida toda, exigindo manejo contínuo e adaptações no dia a dia.

A persistência do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em diferentes estágios da vida tem sido objeto de estudos variados, os quais sugerem que, embora alguns indivíduos apresentem diminuição ou remissão dos sintomas com o passar dos anos, uma proporção significativa continua a exibir características do transtorno na idade adulta. Pesquisas indicam que cerca de 15% a 65% dos indivíduos diagnosticados com TDAH na infância mantêm o diagnóstico na vida adulta, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados e das metodologias de pesquisa. Fatores como a gravidade dos sintomas na infância, a presença de comorbidades psiquiátricas, e adversidades psicossociais são preditores importantes da persistência do TDAH ao longo da vida (Biederman et al., 1996); (Biederman et al., 2010).

Essa variabilidade na trajetória do TDAH sugere uma complexidade na compreensão de sua evolução, destacando a necessidade de uma abordagem individualizada no tratamento e acompanhamento de pacientes com TDAH. A remissão completa dos sintomas sem a necessidade de tratamento é menos comum, mas a redução da gravidade dos sintomas e a adaptação funcional podem ser alcançadas com intervenções adequadas. Além disso, a pesquisa continua a explorar os fatores subjacentes que influenciam a persistência ou a remissão do TDAH, visando melhorar as estratégias de intervenção e suporte ao longo do ciclo de vida (Franke et al., 2018).